sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Chef (2014)

Chef
Comedy
Este é o filme que Jon Favreau nos traz este ano. Um pouco à imagem da personagem que interpreta, também ele abdica da complexidade e opta por algo com uma maior simplicidade.

Favreau é o homem por detrás de filmes como Iron Man I e II e Cowboys & Aliens. Foi também director executivo de outros filmes mainstream como The Avengers e Iron Man III.

Neste filme não vamos ver tiros, não vamos ver cenas over the top, nem sequer efeitos especiais inovadores. É um filme simples, por assim dizer.

Também o plot é simples. É a história de um Chef que se sente ultrapassado após uma crítica culinária que afecta a sua auto-estima. Ele então dá um passo atrás. Volta ao básico.

Este filme também demonstra o quão as gerações mais velhas se debatem com as novas tecnologias e com as redes sociais e, no extremo oposto, os mais jovens já dominam estes campos.
Com um plot tão simples parece que as mensagens são transmitidas de forma mais nítida. A lealdade de uns, a deslealdade de outros, a decepção do filho, a negligência do pai e entre outros temas que o filme aborda que acaba por culminar num final feliz.

O filme prova que se pode usar uma fórmula simples e ainda assim realizar-se um filme de qualidade.

Também convém falar sobre o cast. O cast é surpreendentemente bom. Os nomes que mais saltam à vista são os de Sofia Vergara, Scarlett Johanson e Robert Downey Jr. Mas há muitos mais actores de qualidade, como Dustin Hoffman e John Leguizamo, por exemplo. O próprio Emjay Anthony tem um bom desempenho.
Pessoalmente não gostei de ver Favreau como protagonista, talvez por gosto pessoal.

Quanto à fotografia, há ali uns pormenores relativos ao Twitter e a imagem em si é boa, não é o que mais salta à vista. Já a banda sonora, tem ali temas alusivos a Cuba que tornam o filme tão melhor. Está relacionado com a história, convém dizer.

Em jeito de conclusão, é um filme simples somado a um excelente elenco resulta num bom filme. É recomendável.

Classificação: 8/10

domingo, 21 de setembro de 2014

The Fault in Our Stars (2014)

The Fault in Our Stars
Drama, Romance
Excelente filme. É assim que faço a introdução a esta análise.

Não vou desvendar o plot pois quem não viu o filme, nem leu o livro, merece ver sem que lhe seja desvendada qualquer parte da história.

Posso, sim, dizer que a história é muito interessante. Aborda um tema demasiado atual. Aborda a vida de pessoas que padecem da doença mais cobarde à face da terra.



O acting é surpreendente, pelo menos para mim. Não conhecia qualquer dos actores que interpretavam as main characters.
A forma como transmitem os seus sentimentos, a dor, o amor, a amizade, é tudo palpável. Há uma química reconhecível.

Quanto à fotografia, esta estará mais vocacionada para gerações mais novas. A forma como são retratadas as SMS trocadas entre as personagens é algo que reflete isso. Mas penso que não é impeditivo para gerações mais velhas o possam ver. São pormenores.

A banda sonora... Bem, eu nunca tenho nada a apontar às bandas sonoras dos filmes que vejo. Neste filme não é diferente. E a forma como a banda sonora nos impacta juntamente com as cenas de maior drama é brutal. Muito mesmo.

Convém dizer que não chorei com o filme. Mas compreendo que tenha chorado, é demais a dor que é transmitida ao longo do filme.

Este filme é a minha recomendação do ano. Quem quiser perder duas horas para ver um filme fácil de perceber, de qualidade e com uma mensagem poderosa... que veja este.

Classificação: 9/10

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Maleficent (2014)

Maleficent
Action, Adventure, Family
Esta análise contém spoilers

O filme é uma espécie de esclarecimento da Bela Adormecida. O que afinal se passou na vida daquela personagem, como aconteceu e o que aconteceu?
Maleficent visa mostrar o ponto de vista da fada de seu nome... Maleficent. O que é que a tornou má?

Acontece que ao crescer, Maleficent fez-se amiga de Stefan. Stefan, em criança rouba-lhe um beijo do verdadeiro amor. Mais tarde, rouba-lhe as asas, sob forma a ser ele o sucessor ao trono do rei.
É nesta traição que brota em Maleficent o sentimento de traição, ódio e malvadez. E é quando nasce a filha de Stefan, Aurora, a fada num gesto de vingança vai ao encontro da recém-nascida, quando se celebrava o seu nascimento e lança sobre ela o famoso feitiço. Que até aos 16 anos, esta iria ferir o dedo numa agulha e cair num sono profundo e que apenas o beijo do verdadeiro amor poderia quebrar a maldição.


A menina é afastada do reino para sua própria segurança. Mas não é afastada de Maleficent. Esta vai nutrindo carinho por Aurora, e este sentimento é reciproco.
Acontece que dias antes do seu 16º aniversário, Aurora descobre tudo o que lhe aconteceu e decide regressar ao castelo. Eventualmente, ela acaba por se ferir na agulha e cai num sono profundo.

Ora, aqui está a parte que eu não gostei. O príncipe é levado por Maleficent ao castelo, para que este a beijasse. Foi o que aconteceu e ela não acordou. Maleficent, com remorsos, chora e lamenta-se à jovem o seu arrependimento pela a maldição que lhe lançara. E nisto, beija-a na testa e esta acorda. Era este o verdadeiro amor e o respetivo beijo.

Isto é um plot twist brutal, o fim poderia ter sido este. Mas não. Maleficent ainda perde uns quantos minutos, junto com Diaval, o seu servo, a defrontar o rei e os seus soldados que há muito preparavam uma investida.

Na melhor das hipóteses, invertia-se a sequência de eventos e mudava-se o plot. O príncipe ia ao castelo, beijava-a e nada acontecia. Maleficent defrontava o rei e os soldados e ia ao encontro e Aurora e beijava-a e esta acordava e seria um final muito melhor.

Para mim faria mais sentido desta forma, perdeu-se um twist fantástico em cenas de acção que, pronto, não trazem nada de novo.


O acting da Angelina é bom, em tão pouco diz tanto. É a sua expressividade que trata de transmitir a mensagem que ela pretende. Aquela cara de poucos amigos, uma expressão intensa. Adorei vê-la neste papel. Ela é sem dúvida a fada má.

A fotografia e efeitos especiais estão muito bons, assim como a banda sonora.

Em jeito de conclusão, apesar de querer uma sequência de eventos diferente, é a história em si que está muito boa, assim como filme num todo. É recomendável para todos.

Classificação: 8/10

Enough Said (2013)

                                                      Comédia - Drama - Romance


 Realizador: Nicole Holofcener
 Argumento: Nicole Holofcener
 Duração: 93 Minutos


Hoje trago-vos um filme levezinho, um daqueles filmes que eu gosto de apelidar de "filme de sábado à tarde".
Não quero com isto despreza-lo, simplesmente é um daqueles filmes que tem como única função entreter durante um bocado.
Confesso que o único motivo que me levou a ver este filme foram os actores.

Vamos ao que interessa, sim?
Tudo começa com Eva. Eva é uma mulher de meia-idade, divorciada e tem como ofício ser massagista particular. Ao acompanhar um casal amigo a uma festa ela conhece Albert e Marianne.
Se com Marianne estabelece uma relaçao profissional, esta passa a ser sua cliente, com Albert a relação assume um cariz amoroso.
Ao mesmo tempo que a relação com Albert vai correndo as mil maravilhas, Eva cria empatia com Marianne e assume a função de confidente desta quando o assunto é falar mal do ex marido.
Como este tipo de filmes não tendem a surpreender, é facilmente perceptível, ao fim de pouco tempo, que o ex marido de Marianne é Albert.
E esta, hein?!



O ponto positivo deste filme, e que vale sempre a pena realçar, são as intepretações, em particular dos protagonistas.

Julia Louis-Dreyfus encarna bem a sua personagem, desempenhando um papel de bom nível ao longo do filme.
E o James Gandolfini não sabia fazer nada mal.  A sua morte é sem dúvida uma enorme perda para o mundo da representação. Neste filme, um dos seus últimos, consegue contrabalançar muito bem a sua imponente estampa física com uma enorme sensibilidade e vulnerabilidade.

O argumento apesar de básico e linear faz o espectador sentir diversas emoções, ao mesmo tempo que consegue não cometer o erro de abordar as dinâmicas das relações afectivas de forma superficial.

A realização não se afasta do convencional deste tipo de filmes. É dificil dizer se é boa ou má, simplesmente limita-se a seguir a norma.

Em suma, se querem um filme para passarem um bom bocado, "Enough Said" cumpre eficazmente esse objectivo.

Boa sessão.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

X-Men: Days of Future Past (2014)

X-Men: Days of Future Past
Action, Adventure, Sci-Fi

Gosto deste tema da Marvel, os X-Men. Sempre foi algo que me levava a pensar que tipo de mutação eu queria ter e coisas do género.

Quanto ao filme em si, é para mim o melhor filme da saga. Ou mesmo o melhor filme relacionado com o Wolverine.

Relativamente ao plot, é fácil de assimilar, a história em si é interessante e o conceito, apesar de tudo, é bem executado. O Logan tem que ir ao passado e tentar modificá-lo sob forma a que o futuro seja diferente, futuro esse que é o seu presente. Presente que este que é infernizado por máquinas que pretendem aniquilar os mutantes e não só. Voltando ao passado, o Wolverine tem que eliminar a causa sob forma a evitar o efeito. Para isso terá que contar com Xavier e Erik, convencê-los e tentar uni-los, o que não será tarefa fácil.
Os efeitos especiais também estão numa nota elevada, não estão exageradamente presentes na fotografia mas quando é o caso de haver uma cena do género, nunca deixa a desejar.

O acting do filme não fica a desejar de igual forma que as restantes vertentes mencionadas acima. Os jovens Xavier e Erik conseguem-se perfilar com os veteranos no que à qualidade diz respeito. A Jennifer Lawrence continua a encantar e neste filme tem um papel de destaque e não desilude.

A banda sonora é provavelmente o melhor aspeto deste filme, é o que mais me maravilhou. 

Concluindo, o filme é o melhor da saga e um dos melhores da Marvel, não digo que é o melhor da Marvel entrar em terrenos menos bons. Tem um bom cast que corresponde bem. Uma banda sonora fantástica e uma fotografia muito boa. Tendo possibilidades, não há como não ver este filme.

Classificação: 8/10

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

La Habitación de Fermat (2007)

                                                           Mistério - Thriller


Realizador: Luis Piedrahita e Rodrigo Sopeña
Argumento: Luis Piedrahita e Rodrigo Sopeña
Duração: 92 Min



"Pasar a la Historia por resolver un problema, debía ser el sueño  de culquier matemático".
Quatro matemáticos são convidados a participar num fim-de-semana de quebra-cabeças, no qual serão desafiados a revolver um grande enigma matemático. Aos quatro é-lhes atribuída, por carta, uma identidade falsa de um famoso matemático. Ao chegarem ao local, uma remota casa localizada perto de um lago, deparam-se com uma aparatosa sala totalmente preparada para a estadia. Até aqui nada de especial. A tensão é despoletada após receberem um enigma num PDA (computador de bolso) presente no local, momento em que reparam que as paredes da sala se começam a encolher e a porta esta trancada.

Tendo apenas um minuto para resolverem cada enigma, até a sala começar novamente a encolher, os quatro terão os seus conhecimentos constantemente posto à prova se querem sair vivos.
Nos intervalos dos enigmas tentam descobrir o porquê de estarem presos e quem estará por detrás de tão engenhoso e macabro plano.





 O argumento carece de originalidade. Ao fim de pouco tempo torna-se facilmente perceptível que estamos perante uma tentativa de fusão entre "Cube" e "Saw".
Apesar disso consegue agarrar o espectador durante todo o filme com o gradual aumento do suspense e com a inclusão de uma nova intriga, revelando progressivamente que afinal os quatro desconhecidos ja tiveram as suas vidas cruzadas no passado.
Um aspecto positivo do argumento é a interactividade que estabelece com o espectador ao lhe ser dada também a oportunidade de resolver os enigmas. Tal é possível dado que os enigmas têm mais a ver com a lógica do que com teorias matemáticas.

A realização, a meu ver, é um dos pontos fortes do filme. Com um constante movimento das câmeras, mostrando o progressivo encolhimento da sala e a crescente tensão no rosto dos actores, contribui relevantemente para a inquietante atmosfera pretendida e para um gradual aumento da claustrofobia. 

As interpretações apresentam-se a um nível razoável não comprometendo em nenhum momento.

Bem recebido nacional e internacionalmente, tendo ganho inclusive dois prémios no Fantasporto de 2008, La habitación de Fermat é um filme sólido dentro do seu gênero e conquista facilmente a atenção do espectador.

Boa sessão.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Shrink (2009)

Shrink
Comedy, Drama
De uma mão cheia de filmes que tinha à disposição, foi este o que escolhi para ver. Isto por uma simples razão, porque tinha o Kevin Spacey.

Não foi a sua interpretação que mais saltou à vista mas sim a fotografia do filme, gostei a forma como a acção é retratada.

A acção, essa é ritmada num compasso lento mas que vale a pena acompanhar contudo deixa aquela sensação de estarmos a despender de tanto tempo por uma história que não se desenrola por aí além. São mais ou menos duas horas mas podia ser um filme um pouco mais curto.

A premissa é a de que um psiquiatra/psicólogo dos famosos mergulha também ele numa depressão. Estando nela, tem que saber como ajudar os seus pacientes a ele mesmo sob forma a driblar as penas que os afligem.

Os pacientes são parte integrante da acção, a história dos mesmos é detalhada e são estes pacientes que eventualmente afetarão também a personagem principal.

Se tivesse que arriscar uma comparação este filme seria um pseudo-American Beauty. E não tem que ser algo depreciativo, a ideia estava lá. Os sucessivos twists no final, a imagem, a exuberância da subtileza do Spacey. Mas ficou muito aquém.

Por duas horas há muitos filmes que valem muito, mas muito mais a pena ver. Se quiserem ver um filme com uma fotografia bonita, uma espécie de backstage de Hollywood e o Kevin Spacey a bom nível, então este é o filme ideal. Conjuga tudo.

Classificação: 7/10