Após ter visado a carreira de Al Pacino, decidi agora fazer o mesmo exercício com o Robert De Niro.
Quando penso no Robert De Niro e a sua carreira, o único ponto de comparação que encontro é James Stewart.
De Niro recebeu, ao longo da carreira, sete nomeações para os Academy Awards tendo conquistado o Óscar por duas vezes.
A sua primeira estatueta foi precisamente aquando da sua primeira nomeação. Robert não esteve presente na gala, foi Francis Ford Coppola a receber o troféu em seu nome. O prémio visava o seu desempenho, enquanto ator secundário, no filme The Godfather Part II, onde De Niro vestia a pele de Vito Corleone.
Dois anos após a sua primeira nomeação e consequente vitória, De Niro era novamente nomeado. Desta vez era para a categoria de melhor ator principal. Apesar de não ter conquistado a estatueta, estava vincada uma nova aliança no Cinema.
Assim como Alfred Hitchcock contou por diversas vezes com James Stewart, Martin Scorsese contava também com o talento de Robert De Niro.
Em 1979, De Niro era novamente nomeado. Novamente para a categoria de melhor ator principal. Desta vez para o filme The Deer Hunter. Filme que é considerado o melhor de sempre relativamente à Guerra do Vietname, um dos melhores do género de guerra.
É então, em 1981, que De Niro vence novamente um Óscar. O seu segundo e último, até à data. Novamente sobre a alçada de Martin Scorsese, de Niro interpreta o papel principal de Raging Bull. Um filme que relata a vida e feitio de um boxer. Martin Scorsese era nomeado para melhor realizador nesta gala para o mesmo filme.
Dez anos após conquistar o Óscar, Robert De Niro era novamente visado para a categoria de melhor ator principal. Desta vez para Awakenings de Penny Marshall. Roberto contracenava junto de Robin Williams num plot que conta a história de duas vítimas de uma epidemia que veem as suas vidas mudar após o surgimento de um novo medicamento. O filme recebia, para além da nomeação de De Niro, outras duas nomeações.
No ano seguinte, novamente com Scorsese na realização, o ator recebe outra nomeação para os Academy Awards. Desta feita para o filme Cape Fear. De Niro é visado novamente para categoria de melhor ator principal num filme que conta a história de um molestador condenado que após cumprir pena decide perseguir o seu advogado de defesa e a sua respetiva família.
A última nomeação surge muitos anos depois. Em 2013. Desta vez Robert surge enquanto ator secundário e é nomeado pela Academy Awards. Esta nomeação marcava, de certa forma, um regresso de De Niro aos grandes palcos. De Niro que, assim como Al Pacino, não escolheu os melhores papéis neste século XXI.
Mas De Niro não foi só Academy Awards material, não. Ele foi além disso.
Robert De Niro esteve envolvido em filmes como Mean Streets (1973) de Martin Scorsese; Novecento (1976) de Bernardo Bertolucci;
The King of Comedy (1982) de Martin Scorcese, onde interpreta um comediante que aspira alcançar o sucesso na sua área perseguindo o seu ídolo;
Once Upon a Time in America (1984) de Sergio Leone, onde interpreta um homem que regressa ao local onde cresceu e repensa as suas memórias. Onde terá que se enfrentar com os seus fantasmas e arrependimentos do passado;
Brazil (1985) de Terry Gilliam; The Mission (1986) de Roland Joffé; Angel Heart (1987) de Alan Parker;
The Untouchables (1987) de Brian De Palma, onde interpreta o famoso criminoso Al Capone e a história de como está sobre a alçada da polícia;
Midnight Run (1988) de Martin Brest; Goodfellas (1990) de Martin Scorsese, filme que conta a história de três amigos que procuram subir na hierarquia da Máfia;
Backdraft (1991) de Ron Howard; This Boy's Life (1993) de Michael Caton-Jones; A Bronx Tale (1993) realizado por ele mesmo;
Casino (1995) de Martin Scorsese, a história de dois amigos e uma mulher troféu num filme sobre o império do jogo; Heat (1995) de Michael Mann, filme que relata a história de assaltantes de bancos que deixam uma pista para trás, que a polícia depois segue;
Sleepers (1996) de Barry Levinson, filme que conta a história verídica de um grupo de amigos que procura vingar-se dos guardas do centro de correção no qual estiveram;
Wag the Dog (1997) de Barry Levinson; Jackie Brown (1997) de Quentin Tarantino; Ronin (1998) de John Frankenheimer; Analyze This (1999) de Harold Ramis; Men of Honor (2000) de George Tillman Jr.; Meet the Parents (2000) de Jay Roach;
Um número sem precedente de filmes de qualidade, alguns deles foram visados pela Academy Awards apesar de De Niro não ter alcançado esse mérito. Uma carreira que se terminasse no século XX, seria talvez a melhor carreira de sempre, dado o enorme número de filmes de qualidade no qual Robert esteve envolvido.
Alguns deles são hoje clássicos. Goodfellas, Casino, Once Uppon a Time in America, por exemplo.
Contudo, o século XXI revelou-se menos meritório. A escolha de papéis é duvidosa, muitos filmes sem qualquer relevo, que não trazem nada de novo ao cinema.
Ainda assim, De Niro conseguiu escolher alguns bons papéis.
Os bons filmes nos quais participou, ainda que um pouco distanciados dos do seu passado no que toca ao grau qualitativo, são
The Good Shepherd (2006) realizado por ele mesmo; Stardust (2007) de Matthew Vaughn; Righteous Kill (2008) de Jon Avnet; Limitless (2011) de Neil Burger; Red Lights (2012) de Rodrigo Cortés; Being Flynn (2012) de Paul Weitz; Last Vegas (2013) de Jon Turteltaub;
E, em 2009, protagonizou aquela que é para mim a sua melhor interpretação de sempre.
A exuberância da subtileza. Simplesmente. Onde De Niro prova que até o papel de homem normal consegue desempenhar. Um papel difícil de interpretar na minha opinião. É fácil simular a exuberância no cinema, a subtileza requer outro requinte, outro recorte. O De Niro consegue, é majestoso neste contexto. O filme em si comoveu-me, muito pelo seu desempenho. Vende o filme, ele vive a personagem. Não há como percecionar se é ou não representação, é fantástico.
Concluindo, De Niro é dos melhores de sempre e a sua carreira também. 2 Óscares e outras cinco nomeações, 2 Golden Globes e outras sete nomeações e seis nomeações para os BAFTA.
Com um total de 45 galardões e outras 65 nomeações, Robert De Niro é o homem que melhor carreira tem dos três. Dos três e não só, é mesmo uma das melhores carreiras de sempre.
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