sábado, 23 de agosto de 2014

Krótki Film o Milosci (1988)

                                                             Drama  -  Romance

  • Realizador: Krzysztof Kieslowski
  • Argumento: Krzysztof Kieslowski e Krzysztof Piesiewicz
  • Duração: 86 Min


Hoje trago-vos a história de Tomek, um jovem de 19 anos, que está apaixonado por Magda, uma mulher na casa dos 30, que vive no prédio do outro lado da rua. Tomek desenvolve os seus sentimentos por Magda atráves da prática de voyeurismo, apartir da janela do seu quarto. O que provavelmente começou como uma mera brincadeira ou um passatempo transformou-se numa obsessão, levando o jovem a todos os dias meter o despertador para a hora de chegada de Magda, passando de imediato a iniciar o ritual de invasão da privacidade através de um telescópio.

Engane-se quem pense que a atração de Tomek por Magda é puramente sexual. Tomek parece mais interessado em fantasiar uma relação de amor e compromisso com Magda do que na componente erótica.




O argumento está muito bem conseguido, pois consegue mostrar com realismo e extrema sensibilidade diferentes visões, perspectivas e sentimentos em redor da temática do amor, ao mesmo tempo que transporta o espectador para uma atmosfera melancólica e distante.

A realização, de grande nível, focando-se quase em absoluto nas reações e tranformações das personagens, relegando o espaço para segundo plano, incita à empatia, tanto cognitiva como afetiva, do espectador pela situação dos protagonistas. 
O acting encontra-se igualmente em bom plano, com os protagonistas a conduzirem o filme com uma forte presença.
A banda sonora é agradável, contribuindo com belas melodias, embora pouco presente.

Em 86 minutos muito bem aproveitados Krzysztof Kieslowski apresenta-nos uma história aonde o belo e o trágico andam lado a lado. Um filme realístico que demonstra que as experiências do passado e as crenças inocentes têm uma enorme relevância no presente.
Boa sessão.


sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Neighbors (2014)

Neighbors
Comedy
 
Esta review contém spoilers, ou clichés

Fui enganado. Pensei que, atendendo às notas atribuídas pelo IMDB e Rotten Tomatoes, iria ver um filme engraçado. Contudo, a única coisa de engraçado foram mesmo as piadas forçadas, o mau acting e o plot fraquíssimo.

Primeiramente, as piadas. As piadas são do estilo do Seth Rogan, arrancam gargalhadas nos primeiros instantes mas depois vai-se perdendo o gosto à personagem. 
 
Quanto ao acting. O Zack Efron não tem perfil para a comédia, reitero. E a personagem dele só ganhou outro brilho quando entrou pela vertente dramática. Já assim foi no seu outro filme deste ano. Seth Rogan é igual a si mesmo, uma personagem bronca, com piadas, muitas piadas, sejam elas boas ou não.
O ponto mais vai para a Rose Byrne. Teve uma performance toda ela fluída, na minha opinião.

Relativamente ao plot, é uma espécie de ping-pong de provocações entre vizinhos. Um casa contra um bando de jovens. Depois, no decorrer da ação as relações são postas à prova. A relação do casal e a relação dos amigos. Quem sairá por cima serão aqueles que melhor souberem lidar com as zangas com os seus.

Em jeito de conclusão, se quiserem ver o Seth Rogan novamente a fumar charros e a com imensas tentativas de piada, ver novamente o Zack Efron a tentar ser um actor de comédia sem que tenha qualquer piada e ver um filme de festas de adolescentes, então é o filme ideal para depositarem hora e meia do vosso tempo.

Classificação: 3/10

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Sin Nombre (2009)

                                                        Aventura - Crime - Drama


Realizador: Cary Fukunaga
Argumento: Cary Fukunaga
Duração: 96 Min


Sin Nombre segue o drama de Sayra e Willy, aka El Casper, dois jovens que se cruzam numa viagem de comboio.

De um lado temos Sayra, uma jovem hondurenha que decide atravessar o México, juntamente com o seu pai e um tio, com a finalidade de entrar ilegalmente nos EUA. A meio da viagem de comboio, ela cruza-se com Willy, um jovem membro de um gangue do sul do México. Após um incidente durante a viagem envolvendo Willy e o líder do gangue, Willy vê-se sozinho com a cabeça a prémio e decide passar a acompanhar Sayra na sua viagem.
Ambos têm como objectivo fugir da sua realidade, mas se por um lado Sayra anseia por chegar ao seu destino, Willy deseja a todo o custo escapar ao seu.

Sin Nombre demonstra com extrema autenticidade tanto a realidade pobre, violenta e criminal dos bairros desfavorecidos mexicanos nos quais proliferam os gangues criminosos, como ao mesmo tempo a dura, pesada e sofrida realidade de quem deixa para traz o seu país para ir, muitas vezes com pouco mais que a roupa que traz no corpo, tentar alcançar o denominado “sonho americano” mesmo que para isso coloque a sua vida em risco. 




As interpretações apresentam-se a bom nível, mas acima de tudo é importante salientar a boa decisão por optar por atores locais o que contribuiu para a veracidade das personagens.

No plano argumentativo a falta de inovação leva o espectador a antecipar o destino dos jovens, mas acima de tudo é fidedigno e apresenta uma enorme fluidez, que faz com que o filme se desenrole sem darmos pelo tempo.

De destacar também a fotografia do filme que consegue, de maneira sublime, contrastar cenários de beleza e pobreza, e ajuda a transportar o espectador para a atmosfera pretendida.

Antes de terminar quero só deixar uma nota para a óptima escolha do título do filme, pois foi uma maneira, a meu ver, de homenagear as inúmeras pessoas que viram e veem todos os dias as suas vidas marcadas tanto pela violência dos gangues como pelo desespero da clandestinidade.

Em suma Sin Nombre é um filme cheio de autenticidade que merece ser visto. 
Boa sessão.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Le gamin au vélo (2011)


- Drama
- Jean-Pierre Dardenne e Luc Dardenne
- 87 minutos

ATENÇÃO: Esta review contém revelações sobre o tema/desenrolar do filme

Le gamin au vélo é o 16º filme conjunto dos irmãos Dardenne e segue o drama de Cyril, um jovem abandonado pelo pai que se envolve em várias peripécias e tenta encontrar o rumo certo para o seu futuro.

Os irmãos Dardenne constroem um argumento com potencial mas acabam por cometer várias falhas, transformando aquilo que poderia ser um drama de forte impacto numa quase banalidade cinematográfica. A principal falha a apontar em relação ao argumento prende-se com a falta de background das personagens. Não percebemos porque razão o pai abandona o miúdo ou o que leva Samantha a querer ficar com a guarda dele aos fins-de-semana, tendo por base um simples incidente. Como resultado, temos um filme de 1h30 que podia facilmente ser mais longo e contextualizado, ajudando-nos a criar laços com as personagens.


Num filme em que não enfatiza o sentimentalismo, a dupla belga dirige a trama com simplicidade, focando largamente Cyril e os seus actos. A banda sonora é praticamente inexistente, factor que prejudica o impacto de algumas cenas. A actuação de Thomas Doret acaba por ser o grande ponto positivo do filme, com o jovem a conduzir de forma irrepreensível a sua personagem. Cécile de France apresenta-se também em bom nível.

Le gamin au vélo foi nomeado para um Globo de Ouro (na categoria de Melhor Filme Estrangeiro) e venceu o Grande Prémio do Júri do Festival de Cannes, para além da nomeação para a Palma de Ouro.

Classificação: 6,5/10

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Al Pacino, Robert De Niro, Jack Nicholson


Após ter visado a carreira de Al Pacino, decidi agora fazer o mesmo exercício com o Robert De Niro.

Quando penso no Robert De Niro e a sua carreira, o único ponto de comparação que encontro é James Stewart. 

De Niro recebeu, ao longo da carreira, sete nomeações para os Academy Awards tendo conquistado o Óscar por duas vezes.

A sua primeira estatueta foi precisamente aquando da sua primeira nomeação. Robert não esteve presente na gala, foi Francis Ford Coppola a receber o troféu em seu nome. O prémio visava o seu desempenho, enquanto ator secundário, no filme The Godfather Part II, onde De Niro vestia a pele de Vito Corleone.

Dois anos após a sua primeira nomeação e consequente vitória, De Niro era novamente nomeado. Desta vez era para a categoria de melhor ator principal. Apesar de não ter conquistado a estatueta, estava vincada uma nova aliança no Cinema.

Assim como Alfred Hitchcock contou por diversas vezes com James Stewart, Martin Scorsese contava também com o talento de Robert De Niro.

Em 1979, De Niro era novamente nomeado. Novamente para a categoria de melhor ator principal. Desta vez para o filme The Deer Hunter. Filme que é considerado o melhor de sempre relativamente à Guerra do Vietname, um dos melhores do género de guerra.

É então, em 1981, que De Niro vence novamente um Óscar. O seu segundo e último, até à data. Novamente sobre a alçada de Martin Scorsese, de Niro interpreta o papel principal de Raging Bull. Um filme que relata a vida e feitio de um boxer. Martin Scorsese era nomeado para melhor realizador nesta gala para o mesmo filme. 
Dez anos após conquistar o Óscar, Robert De Niro era novamente visado para a categoria de melhor ator principal. Desta vez para Awakenings de Penny Marshall. Roberto contracenava junto de Robin Williams num plot que conta a história de duas vítimas de uma epidemia que veem as suas vidas mudar após o surgimento de um novo medicamento. O filme recebia, para além da nomeação de De Niro, outras duas nomeações.

No ano seguinte, novamente com Scorsese na realização, o ator recebe outra nomeação para os Academy Awards. Desta feita para o filme Cape Fear. De Niro é visado novamente para categoria de melhor ator principal num filme que conta a história de um molestador condenado que após cumprir pena decide perseguir o seu advogado de defesa e a sua respetiva família.

A última nomeação surge muitos anos depois. Em 2013. Desta vez Robert surge enquanto ator secundário e é nomeado pela Academy Awards. Esta nomeação marcava, de certa forma, um regresso de De Niro aos grandes palcos. De Niro que, assim como Al Pacino, não escolheu os melhores papéis neste século XXI.


Mas De Niro não foi só Academy Awards material, não. Ele foi além disso.

Robert De Niro esteve envolvido em filmes como Mean Streets (1973) de Martin Scorsese; Novecento (1976) de Bernardo Bertolucci;  

The King of Comedy (1982) de Martin Scorcese, onde interpreta um comediante que aspira alcançar o sucesso na sua área perseguindo o seu ídolo;

Once Upon a Time in America (1984) de Sergio Leone, onde interpreta um homem que regressa ao local onde cresceu e repensa as suas memórias. Onde terá que se enfrentar com os seus fantasmas e arrependimentos do passado;

Brazil (1985) de Terry Gilliam; The Mission (1986) de Roland Joffé; Angel Heart (1987) de Alan Parker;
The Untouchables (1987) de Brian De Palma, onde interpreta o famoso criminoso Al Capone e a história de como está sobre a alçada da polícia;

Midnight Run (1988) de Martin Brest; Goodfellas (1990) de Martin Scorsese, filme que conta a história de três amigos que procuram subir na hierarquia da Máfia;

Backdraft (1991) de Ron Howard; This Boy's Life (1993) de Michael Caton-Jones; A Bronx Tale (1993) realizado por ele mesmo;

Casino (1995) de Martin Scorsese, a história de dois amigos e uma mulher troféu num filme sobre o império do jogo; Heat (1995) de Michael Mann, filme que relata a história de assaltantes de bancos que deixam uma pista para trás, que a polícia depois segue;

Sleepers (1996) de Barry Levinson, filme que conta a história verídica de um grupo de amigos que procura vingar-se dos guardas do centro de correção no qual estiveram;

Wag the Dog (1997) de Barry Levinson; Jackie Brown (1997) de Quentin Tarantino; Ronin (1998) de John Frankenheimer; Analyze This (1999) de Harold Ramis; Men of Honor (2000) de George Tillman Jr.; Meet the Parents (2000) de Jay Roach;

Um número sem precedente de filmes de qualidade, alguns deles foram visados pela Academy Awards apesar de De Niro não ter alcançado esse mérito. Uma carreira que se terminasse no século XX, seria talvez a melhor carreira de sempre, dado o enorme número de filmes de qualidade no qual Robert esteve envolvido.

Alguns deles são hoje clássicos. Goodfellas, Casino, Once Uppon a Time in America, por exemplo.

Contudo, o século XXI revelou-se menos meritório. A escolha de papéis é duvidosa, muitos filmes sem qualquer relevo, que não trazem nada de novo ao cinema.

Ainda assim, De Niro conseguiu escolher alguns bons papéis.

Os bons filmes nos quais participou, ainda que um pouco distanciados dos do seu passado no que toca ao grau qualitativo, são
The Good Shepherd (2006) realizado por ele mesmo; Stardust (2007) de Matthew Vaughn; Righteous Kill (2008) de Jon Avnet; Limitless (2011) de Neil Burger; Red Lights (2012) de Rodrigo Cortés; Being Flynn (2012) de Paul Weitz; Last Vegas (2013) de Jon Turteltaub; 

E, em 2009, protagonizou aquela que é para mim a sua melhor interpretação de sempre.

A exuberância da subtileza. Simplesmente. Onde De Niro prova que até o papel de homem normal consegue desempenhar. Um papel difícil de interpretar na minha opinião. É fácil simular a exuberância no cinema, a subtileza requer outro requinte, outro recorte. O De Niro consegue, é majestoso neste contexto. O filme em si comoveu-me, muito pelo seu desempenho. Vende o filme, ele vive a personagem. Não há como percecionar se é ou não representação, é fantástico.


Concluindo, De Niro é dos melhores de sempre e a sua carreira também. 2 Óscares e outras cinco nomeações, 2 Golden Globes e outras sete nomeações e seis nomeações para os BAFTA.
Com um total de 45 galardões e outras 65 nomeações, Robert De Niro é o homem que melhor carreira tem dos três. Dos três e não só, é mesmo uma das melhores carreiras de sempre.

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Half Nelson (2006)

                                                                       Drama



Realizador: Ryan Fleck
Argumento: Ryan Fleck e Anna Boden
Duração: 106 Min


Half Nelson traz-nos um professor de história do ensino básico, que passa por uma enorme angústia pois ao mesmo tempo que tenta ajudar a formar pessoas, preparando-as para a vida em sociedade, fornecendo-lhes ferramentas com a finalidade de desenvolver o seu espírito critico, lida com a toxicodependência. Como pode ele exercer a enorme responsabilidade de moldar mentes jovens se batalha com uma dependência ao crack que começa inclusive a deteriorar a sua capacidade de exercer a profissão?
Após ser apanhado por uma das suas alunas a fumar crack, numa casa de banho da escola, a relação professor/aluna é forçada a mudar e a assumir uma intimidade invulgar.

Half Nelson não retrata a típica relação entre professor/aluno a que estamos acostumados, com o habitual final feliz. Em vez disso, expõe uma relação onde a dura existência e as fragilidades do ser humano são expostas, e onde o caminho para um mundo melhor começa por fazermos a diferença em quem nos é próximo.




Ryan Gosling tem aqui uma das melhores interpretações (senão mesmo a melhor) da carreira, tendo por isso sido distinguido com a nomeação de melhor actor nos oscars de 2007, a sua única até a data. É de realçar também a interpretação da jovem actriz Shareeka Epps, que apesar da tenra idade consegue cativar o espectador através da sua enorme maturidade.

Além da qualidade elevada do acting, outro aspecto que faz com que este filme mereça ser visto é a qualidade do argumento, que além de evitar os habituais clichés dos filmes escolares apresenta-se despretensioso. E não estivéssemos nós num ambiente de ensino, tenta instruir o espectador ao presenteá-lo, diversas vezes ao longo do filme, com eventos históricos onde a luta pelos direitos civis assume o protagonismo.

Em suma Half Nelson é um filme duro, realístico, onde a fragilidade do ser humano assume o papel principal.
Boa sessão.


quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Revanche (2008)




- Drama/Crime
- Götz Spielmann
- 121 minutos

ATENÇÃO: Esta review contém revelações sobre o tema/desenrolar do filme

Revanche é uma história de erros e segredos, de arrependimento e redenção que nos transporta durante 2 horas para o ambiente rural e urbano da Áustria. Um homicídio e suas consequências abre caminho para um filme que nos apela ao moralismo.

Spielmann atinge, com este filme, o seu trabalho mais reconhecido. Para tal, o realizador austríaco apresenta-nos uma atmosfera ambígua que ajuda a modelar os diferentes ritmos presentes, com a ajuda de uma realização (tipicamente europeia) distinta e de boa qualidade técnica e artística. As interpretações, constituídas por actores pouco conhecidos, não atingem um nível de elevado calibre mas suportam bem a história a desenrolar.


No plano argumentativo, creio que faltou apenas dar um rumo diferente ao epílogo. Se, por um lado, Spielmann apela-nos ao perdão e compreensão na redenção de um criminoso que procura uma vingança, por outro falhou em "oferecer" a liberdade a alguém que cometeu um crime e, ainda que se analisem todas as circunstâncias, merece ser punida, dando uma conclusão ao processo de moralização que coloca no filme. À parte disso, estamos perante um script dinâmico e bem trabalhado.

Para além de várias nomeações e prémios em festivais de cinema europeus e norte-americanos, Revanche foi a escolha austríaca para Melhor Filme Estrangeiros nos Oscares de 2009.

Classificação: 7,5/10

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Matrix - Perspetiva Filosófica

Matrix - Perspetiva Filosófica

Problemas filosóficos subjacentes ao filme: Que é o conhecimento? Qual o valor dos conhecimentos que possuímos?
Ontológicos: O que é a realidade? Será que confundimos aparência e realidade?
Antropológicos: Que é o ser humano? Será que nos conhecemos verdadeiramente? Será que vivemos adormecidos julgando estar acordados?
Axiológicos: Porque valores devemos orientar a nossa vida? O que é a liberdade? Serão os seres humanos livres?
Metafísicos: Qual o sentido da existência?


Sentido e utilidade da problemática do filme para a nossa vida:
  • A descoberta de si
  • A procura do sentido para a vida
  • A formação para a personalidade
  • A aprendizagem da arte de viver
  • O desenvolvimento do pensamento meditativo
As grandes questões do Matrix são as interrogações que iniciam a atitude filosófica: 
  • Quem sou eu?
  • De onde venho?
  • Para onde vou?

Quais os nomes das personagens e o seu significado?
Agentes de Matrix - Os três agentes anónimos(sem identidade, todos iguais apesar de se chamarem Brown e Jones; apenas um é referido como Smith, nome de milhões de pessoas, equivalente a Sr. Silva em português) simbolizam o poder e a autoridade da máquina escravizadora da humanidade, a que mantém a ilusão e quer impedir-nos de acordar.

Morfeus( o filósofo mestre)- Nome de um dos muitos filhos do deus do sono (Hypnos), segundo a mitologia grega. Significa «o que dá forma» pois está encarregado de tomar a forma de seres humanos para lhes aparecer durante o sonho. É o guardião do grupo a quem compete encontrar «o Tal»(the One, no filme), para que este se emancipe da ignorância através do conhecimento e continue a luta contra a ilusão.

Neo( o aprendiz de filósofo)- «O que nasce de novo». É uma personagem que renasce para o mundo real e progressivamente se auto-descobre como o «eleito», a quem está confiada uma missão.
Neo\Mister Anderson é técnico de informática no mundo normalizado(durante o dia), e é Neo no seu mundo privado(durante a noite); é um indivíduo que se apercebe de que algo estranho se passa no mundo e de que um dia a mensagem chegará. Quando recebe a tal mensagem tenta interpretá-la.
De notar que Neo se transforma em One( por uma troca de letras que nos dá o sentido da mudança na própria personagem: Neo > ONE. Diz-lhe Morfeus: «You are not Neo anymore, you are the ONE». Adoptou-se a tradução usada no filme «o Tal» ou «o Escolhido», embora se possa dizer que the One é aquele que, através de um processo de renascimento, se tornou uno e único, isto é, unificou a sua personalidade). (mostra o seu desejo de encontrar o sentido das coisas e da própria vida).

Cypher - É uma personagem estranha e complexa. Pode-se interpretar esta personagem a partir de dois pontos de vista:
1- a partir do nome: o nome indica aquele que tem acesso aos códigos (às cifras) e é, portanto, o codificador e o descodificador de mensagens. Tal como o deus da mitologia grega Hermes( de onde deriva a palavra hermenêutica, interpretação; era o deus Hermes que traduzia para os humanos as mensagens dos Deus do Olimpo) ou o deus Mercúrio da mitologia latina, tem a função de estabelecer um elo de comunicação entre dois mundos;
2- a partir do comportamento: o comportamento é à primeira vista, o de um traidor, mas tal, como a figura de Judas nos evangelhos cristãos, sem a sua traição nunca teria sido possível a prisão de Morfeus, a opção de Neo(entre a sua segurança e salvamento de Morfeus) a auto-descoberta do próprio Neo, a descoberta da força do amor (Trinity) e, finalmente, a derrota de Matrix e a concomitante vitória dos despertos (embora a luta ainda não tenha terminado).

Trinity - Personagem fundamental na auto-descoberta da nova identidade de Neo. Trindade que simboliza a união do masculino(1) e do feminino(2), numa nova unidade através do amor(3) O amor, tal como definiu Platão em Banquete, é o cimento do universo.
Oráculo- Personagem que, sabendo o futuro, apenas o revela sob a forma de enigmas, que o próprio decifrará no seu processo de auto-descoberta.


Podemos dizer que o grande tema do filme é uma interrogação sobre o que é a verdadeira realidade e sobre o modo como passamos pela nossa breve existência: consciente ou inconsciente?
O filme, apesar da sua linguagem contemporânea, retoma um dos temas mais antigos do mundo: os seres humanos vivem inconscientes, adormecidos e embalados na ilusão. Precisam de descobrir a sua verdadeira identidade e a sua verdadeira missão neste mundo. Para isso é necessário despertar, ouvir o apelo da sua personalidade mais profunda, do seu eu interior, e estar atento aos sinais que as forças da ilusão se esforçam por esconder.
A verdadeira vida vida de um ser humano não é a rotina do dia-a-dia. Isso é apenas um momento necessário ao seu desenvolvimento e à sua subsistência. O mais importante é descobrir quem verdadeiramente somos e o que viemos fazer a este plano de existência. É o despertar das consciências para a vida espiritual.

sábado, 2 de agosto de 2014

Top Dez - Década de 90

Década de 90
Top Dez - Cinéfilos-7ªarte

Num leque tão vasto de cinéfilos como o nosso, tentar descortinar um top dez seria uma tarefa difícil de executar. Democratizar o processo revelou-se demorado mas eficaz, como é lógico.
Acrescentar também que muitos grandes filmes ficaram pelo caminho, embora não seja desfeita a qualidade dos mesmos. Filmes como The Green Mile, The Usual Suspects, La Vita è Bella, 12 Monkeys, entre muitos outros.

O top não terá ordem de preferência, daí que a ordem de colocação seja irrelevante.

Fight Club

Fight Club conta a história de um homem que padecia de insónias que trava amizade com um produtor de sabão, estes depois decidem criar um grupo de combate clandestino.

  • Realizador: David Fincher
  • Elenco: Edward Norton, Brad Pitt e Helena Bonham Carter
Galardões: 
Nomeação para os Academy Awards

Bilheteira: 71 milhões (exceptuando os EUA) 37 milhões nos EUA

American Beauty

American Beauty conta a história de um deprimido homem suburbano que decide mudar o decurso da sua vida após se ver atraído pela amiga da sua filha.
  • Realizador: Sam Mendes
  • Elenco: Kevin Spacey, Annette Bening e Mena Suvari
Galardões:  
- Vencedor de cinco Óscares
Outras três nomeações para os Academy Awards.
- Vencedor de três Golden Globes
Outras três nomeações para os prémios.
- Vencedor de seis BAFTA Awards
Outras oito nomeações para os prémios. 

Bilheteira: 356,296,601 milhões de dólares no mundo inteiro.

Goodfellas

O filme conta a história de Henry Hill e os seus amigos, que escalam até ao topo da hierarquia da máfia.
  • Realizador: Martin Scorcese
  • Elenco: Robert De Niro, Ray Liotra e Joe Pesci
Galardões:
- Vencedor de um Óscar
Outras oito nomeações para os Academy Awards.
 - Vencedor de cinco BAFTA Awards
Outras duas nomeações para os prémios.
Cinco nomeações para os Golden Globes.

Bilheteira: 47 milhões de dólares nos EUA.

SE7EN

O filme tem como premissa dois detetives que procuram um serial-killer que tem como método de homicídios os sete pecados mortais.
  • Realizador: David Fincher
  • Elenco: Morgan Freeman, Brad Pitt e Kevin Spacey
Galardões:
Nomeação para os Academy Awards.
Nomeação para os BAFTA.

Bilheteira: 327 milhões de dólares no mundo inteiro.

The Shawshank Redemption

O relato de dois homens que travam amizade num estabelecimento presidiário, onde depois aprendem um com o outro. 
  • Realizador: Frank Darabont
  • Elenco: Morgan Freeman e Tim Robbins
Galardões:
Sete nomeações para os Óscares.
Duas nomeações para os Golden Globes.


Bilheteira: 58 milhões de dólares em todo o mundo.

 The Silence of the Lambs

O filme conta-nos a história de uma jovem detetive do FBI que tem que travar conhecimentos com um assassínio manipulador sob forma a ajudar a capturar um outro serial-killer, este outro que tira a pele às suas vítimas.
  • Realizador: Jonathan Demme
  • Elenco: Jodie Foster e Anthony Hopkins
Galardões:
- Silence of the Lambs arrecadou cinco óscares. Melhor actor principal, melhor actriz principal, melhor director, melhor argumento e melhor filme.
Outras duas nomeações para os óscares.
- Os BAFTA premiaram o filme com dois prémios.
Outras sete nomeações.
- Vencedor de um Golden Globe.
Outras quatro nomeações para os prémios.
Bilheteira:  270 milhões de dólares em todo o mundo.

Pulp Fiction

O filme conta a história de dois hit-men, da mulher de um gangster, um boxer e um par de diner bandits em quatro histórias de violência e redenção.
  • Realizador: Quentin Tarantino
  • Elenco: John Travolta, Uma Thurman, Samuel L. Jackson e Bruce Willis
 Galardões:
- Vencedor de um Óscar
Outras seis nomeações para os Academy Awards.
- Vencedor de um Golden Globe
Outras cinco nomeações para os prémios.
- Vencedor de dois BAFTA
Outras sete nomeações para os prémios.

Bilheteira: 200 milhões de dólares por todo o mundo.

Léon

Léon é a história de uma jovem menina que é adoptada e educada por um serial-killer, após esta ver os seus pais mortos numa rusga policial. 
  • Realizador: Luc Besson
  • Elenco: Jean Reno, Gary Oldman e Natalie Portman
Galardões:
Sete nomeações para os César Awards de França

Bilheteira: 35 milhões de dólares a nível mundial.

American History X

Um ex neo-nazi e skinhead tenta prevenir que o seu jovem irmão prosseguia os mesmos caminhos que ele um dia percorreu.
  • Realizador: Tony Kaye
  • Elenco: Edward Norton, Edward Furlong, Beverly D'Angelo
Galardões:
Nomeação para os Óscares.

Bilheteira: 20 milhões de dólares na bilheteira a nível mundial.

 Schindler's List

Durante a Segunda Guerra Mundial, na Polónia, Oskar Schindler começa gradualmente a preocupar-se pelos seus operários judeus após testemunhar a perseguição dos Nazis.
  • Realizador: Steven Spielberg
  • Elenco: Liam Neeson, Ralph Fiennes e Ben Kingsley
Galardões:
- Vencedor de sete Óscares
Outras cinco nomeações para os Academy Awards.
- Vencedor de três Golden Globes
Outras três nomeações para os prémios.
- Vencedor de sete BAFTA Awards
Outras seis nomeações para os prémios.

Bilheteira: 321 milhões de dólares em todo o mundo.



Bem, é este, então, o nosso top dez filmes referentes à década de 90. Esperamos poder presentear-vos com tantos outros tops de outras décadas e quem sabe não seja somente relativo a filmes mas também venhamos a visar actores, directores e outras tantas coisas que a 7ª arte nos proporciona.